31 outubro 2019

Vencer a dor


Vendavais. Tormentas. Nevascas...O deserto...corações que se abalam...

Forças incontroláveis que assustam e movem o ser humano a pensar e repensar sua frágil existência.

Vento, chuva, sol, terra, fogo. Elementos presentes na vida e na morte de todo ser vivo.

Diante de tanta força, pensamos o quanto somos pequeninos...leves...insignificantes...
E, ao mesmo tempo, por imagem e semelhança ao (a) Criador (a), tão supremos e perfeitos. Dignos de Sua infinita e eterna bondade.

Somos, a um tempo, anjos e demônios, dada a nossa perfeita imperfeição .

O evento da doença, tal como os elementos da natureza, tem a capacidade de suscitar muitas reflexões. Especialmente quando envolve afetos tão próximos.

Provoca a preocupação pela dor do ser amado. Ou pela nossa na possibilidade de perdê-lo.

Mas, e para tudo há um mas, há um cabedal de situações não vividas. Não escritas. Não pensadas, quando isso acontece.
E de tudo, fica o agradecimento pelo já vivido.

O testemunho comum de quem se aproxima do fim da vida, quando a mesma foi regada com a fé e com o amor é o de gratidão.

Pelo que aprendemos juntos. Pelo sofrimento que ensina, mas sobretudo pelas alegrias que também unem.
Tenho sido sensibilizado por isso nos últimos dias.

E olho para os olhos que infinitas vezes me viram mamar e vejo surpresa mas força.
Dor física mas paz espiritual.
Está acolhida no seio dos que a amam.

Suportada em suas dores pelo conhecimento científico assim como pelas mãos e corações que nunca, nunca lhe faltarão.
Nossa perfeição, similaridade divina, (re) constroi caminhadas. 

Como agora.
Somos os mesmos e mesmas de ontem. Mas  com a grande diferença de nos sentirmos espiritualmente mais juntos.

- Avante! - Diríamos ao cavaleiro andante.
- Nossos dragões existenciais nada mais são que moinhos de vento virtuais!

Tremendo e oscilando, como o fazem espigas de trigo, mas suportando a fúria do vento, continuamos a crer e amar.

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