17 maio 2012


 Comissão da Verdade

O Brasil começa a marcar posição importante no mundo não somente por avanços na área econômica e de produção de bens de consumo mas especialmente por desenvolver uma consciência mais aberta com relação aos direitos e deveres de seus cidadãos e do fortalecimento dos poderes constituídos.
Sei que é uma caminhada longa até que nós, amantes do verde e amarelo, consigamos entender isso como verdade alicerçada.
Pouco tempo atrás éramos somente um país do futuro. Uma grande nação "deitada em berço esplêndido".
Somente alguns anos de efetiva preocupação da sociedade trouxeram um novo perfil.
Já podemos sonhar novos sonhos. Mais altos. Mais ousados.
Há um custo para isso. Um custo de acomodações sociais. De entendimento das mudanças que vêm ocorrendo no seio de cada organização. Foi assim com o advento do divórcio. O mesmo aconteceu com a nova Constituição.
Acredito que um assunto para parecer atrativo deve ser propalado de forma inteligente. Não se deve falar, por exemplo, sobre a morte de um parente, dramatizando nosso próprio sentimento. Há que se ter equilíbrio emocional para informar e acolher, quando necessário, não é mesmo?
Ou em se tratando de notícias alvissareiras, escolher momento em que a pessoa possa usufruir da alegria em sua totalidade.
Isso se fundamenta no respeito a todos os envolvidos.
Por agora nos deparamos com anseios midiáticos sobre a tal "Comissão da Verdade".
Segundo membros da comissão, destina-se a apurar e responsabilizar os atos ilícitos cometidos por agentes públicos contra pessoas durante a chamada "ditadura militar".
Não farão parte, entretanto, das preocupações dessa comissão o que possa ter sido realizado por qualquer pessoa, que não tenha sido agente do estado brasileiro.
Ou seja. Só vão ser apurados os atos de um lado só.
Mas que verdade é essa que tem uma só direção? Um só lado?
Que verdade poderá ser essa que dispensa saber tudo que aconteceu?
Não estaria assim se alimentando um sentimento de revanche?
E isso já começou no momento que censuram as opiniões contrárias a Comissão. Afinal, opinião é só opinião, não é mesmo?
O que defendo é que TODOS os atos violentos ou ilícitos praticados naquela época sejam apurados. Sem frescuras. Sem apoteose. Com respeito à história.
Assim como tem sido feito por alguns historiadores em relação ao mito da Guerra dos Farrapos.