14 setembro 2020

Crise hídrica em Curitiba

 

Entre os anos de 2014 e 2016 a região metropolitana de S.Paulo sofreu uma crise hídrica sem precedentes na região. Falta de água, racionamento, falta de transparência do governo do Estado e preocupação demasiada à população. O assunto foi amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa.

Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_h%C3%ADdrica_no_estado_de_S%C3%A3o_Paulo_em_2014%E2%80%932016

 Entre uma miríade de opiniões, científicas, sociais e políticas chamava a atenção uma questão que envolvia um agente distante: a Floresta Amazônica mas especialmente um dado não muito conhecido que são seus "rios aéreos ou voadores". A matéria pode ser conferida em http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/ 

Ilustração: Tom Bojarczuk. Disponível em arvoresertecnologico.tumblr.com/post/148150122882/os-rios-voadores-ligam-os-ventos-al%C3%ADsios

 

 Fonte: Projeto Rios Voadores - http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/

 Em 2020, a Região Metropolitana de Curitiba, também conhecida como Grande Curitiba, que reúne 29 municípios do estado do Paraná em relativo processo de conurbação, com população estimada em 3.572.326 habitantes (estimativa IBGE-2017), enfrenta problema semelhante àquele evento paulista.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Metropolitana_de_Curitiba

Segundo o IBGE, a taxa anual de crescimento da Região Metropolitana é de 3,02 % - superior, portanto, à média de 1,53% ao ano verificada nos demais centros urbanos do País o que também justifica acender o alerta para as consequências futuras advindas do processo de privatização da companhia de águas e esgotos , a Sanepar no tocante ao volume de investimentos em captação e tratamento de água para uso doméstico.

Para ampliar a preocupação, enfrentamos um processo cada vez mais radical e amplo de devastação dos biomas do Pantanal e da Amazônia como nunca visto antes. Em 14 de setembro de 2020 a fumaça das queimadas naquelas regiões foi testemunhada em Curitiba. Ver em https://globoplay.globo.com/v/8854281/

Já é bastante clara a modificação dos regimes de frio na capital paranaense e se assim continuar, brevemente o regime de chuvas sofrerá brutal decréscimo como sugerem as queimadas e a inoperância da concessionária de águas e saneamento.

Não podemos deixar que a situação atinja níveis desastrosos para se tomar medidas para resolver o problema.

Se de um lado é imprescindível ações de governo para obrigar a companhia cumprir os termos da concessão, de outro, além da pressão popular para as ações do Governo do estado, individualmente é urgente a mudança de certos hábitos. Tais como: a) o aumento da capacidade dos reservatórios pluviais nas economias que assim permitirem. Em Curitiba há um ordenamento para isso com o Decreto Nº 293/2006 que regulamenta a Lei nº 10.785/03 e dispõe sobre os critérios do uso e conservação racional da água nas edificações e dá outras providências.

b) a otimização de lavagem de roupas com o reaproveitamento das águas. Algumas máquinas dispõe de dispositivo para isso.

c) Otimização do número e tempo de banhos;

d) Limpeza de calçadas, passeios, grades, etc com a água captada das chuvas;

e) redução das descargas sanitárias ou reestruturação com águas pluviais;

f) reutilização das águas servidas ou de reúso para descargas higiênicas (pode ver em https://fluxoconsultoria.poli.ufrj.br/blog/energia-e-sustentabilidade/reaproveitamento-de-agua/

ou em  http://congressos.ifal.edu.br/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/viewFile/26/105

g) Conhecimento do potencial hídrico de sua região, em http://files.engenharia-ambiental.webnode.com/200000018-0859409533/%C3%81gua%20de%20Chuva.pdf

h) Otimização da cocção de alimentos para que se alicerce hábitos de economia;

i) Reeducação e fiscalização na lavagem de carros e similares contribuindo para o conhecimento e ações coletivas, entre outras medidas antecipatórias.

É muito importante a conscientização e ações combinadas da sociedade.

Para governos neo-liberais a água e ambiente são mercadorias.

Não é o que acredito e luto.