Cada vez mais se torna importante
saber e articular as lutas da ecologia com a perspectiva cristã sobre o
assunto, desde sempre manifestada pela máxima do amor ao próximo.
O Papa Francisco assume o
protagonismo mais atual nesse sentido ao editar a encíclica "Laudato
Sí", atualizando o conceito de "casa comum".
A analogia do planeta terra à uma
nave espacial também ajuda a entender a urgência em revermos nossa
"produção de restos" que é que
se tornou nossa economia do consumo desenfreado. A partir daí pode se pensar em
obter um planeta mais sustentável com todas as medidas e cuidados tão
alardeados pelos que assumiram a defesa do meio ambiente e da vida.
Não existem uma cronologia das
importâncias. São lutas e demandas importantes demais para esperarem umas às
outras.
A fome, por exemplo. O santo
padre já denunciava que "Não há razão para se ter tanta miséria.
Precisamos construir novos caminhos[...] Calcula-se que cerca de cinco milhões
de crianças abaixo dos 5 anos morrerão este ano por conta da fome. Outras 250
milhões (Isso mesmo: 250 milhões) não receberão uma educação por falta de
recursos, por causa das guerras e das migrações"(Vatican News, fev 2020)
Já o economista e mestre em
políticas públicas José de Almeida Júnior, colunista da revista Família Cristã,
diz que segundo a FAO, organismo da ONU que lidera esforços para a erradicação
da fome e combate à pobreza no mundo, estima que o planeta produz alimentos
suficientes para 11 bilhões de pessoas. A população da terra é estimada em 7,6
bilhões de seres humanos, entretanto mais de um bilhão passam fome ou não tem
acesso ao mínimo de alimentos diários.
Isso não é acidente. Isso não é
natural nem divino. É construção humana.
"Não existe um determinismo
que nos condene à iniquidade universal." Alerta o papa (Vatican News, fev
2020).
Saber articular proteção ao meio
ambiente, local de vida e relacionamento humano, com a produção e distribuição
adequada de alimentos bem como desafiar a um consumo consciente de "coisas"
são sintonias que todos nós devemos buscar.
Todas as falas tem seu valor
neste "colóquio da preservação".
Na base estará sempre a
necessidade da escuta fraterna das demandas humanas que se traduzem também no
grito que ecoa dos seres sencientes e da degradada cobertura vegetal terrestre.
Nunca esteve tão atual o salmo
148, 7-13:
relâmpagos e granizo, neve e neblina, vendavais que cumprem o que ele determina,
todas as montanhas e colinas, árvores frutíferas e todos os cedros,
todos os animais selvagens e os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos e as aves,
reis da terra e todas as nações, todos os governantes e juízes da terra,
moços e moças, velhos e crianças.
Louvem todos o nome do Senhor, pois somente o seu nome é exaltado; a sua majestade está acima da terra e dos céus.