12 julho 2020

As lutas da ecologia e a perspectiva cristã


Cada vez mais se torna importante saber e articular as lutas da ecologia com a perspectiva cristã sobre o assunto, desde sempre manifestada pela máxima do amor ao próximo.
O Papa Francisco assume o protagonismo mais atual nesse sentido ao editar a encíclica "Laudato Sí", atualizando o conceito de "casa comum".
A analogia do planeta terra à uma nave espacial também ajuda a entender a urgência em revermos nossa "produção de restos" que é  que se tornou nossa economia do consumo desenfreado. A partir daí pode se pensar em obter um planeta mais sustentável com todas as medidas e cuidados tão alardeados pelos que assumiram a defesa do meio ambiente e da vida.
Não existem uma cronologia das importâncias. São lutas e demandas importantes demais para esperarem umas às outras.
A fome, por exemplo. O santo padre já denunciava que "Não há razão para se ter tanta miséria. Precisamos construir novos caminhos[...] Calcula-se que cerca de cinco milhões de crianças abaixo dos 5 anos morrerão este ano por conta da fome. Outras 250 milhões (Isso mesmo: 250 milhões) não receberão uma educação por falta de recursos, por causa das guerras e das migrações"(Vatican News, fev 2020)
Já o economista e mestre em políticas públicas José de Almeida Júnior, colunista da revista Família Cristã, diz que segundo a FAO, organismo da ONU que lidera esforços para a erradicação da fome e combate à pobreza no mundo, estima que o planeta produz alimentos suficientes para 11 bilhões de pessoas. A população da terra é estimada em 7,6 bilhões de seres humanos, entretanto mais de um bilhão passam fome ou não tem acesso ao mínimo de alimentos diários.
Isso não é acidente. Isso não é natural nem divino. É construção humana.
"Não existe um determinismo que nos condene à iniquidade universal." Alerta o papa (Vatican News, fev 2020).
Saber articular proteção ao meio ambiente, local de vida e relacionamento humano, com a produção e distribuição adequada de alimentos bem como desafiar a um consumo consciente de "coisas" são sintonias que todos nós devemos buscar.
Todas as falas tem seu valor neste "colóquio da preservação".
Na base estará sempre a necessidade da escuta fraterna das demandas humanas que se traduzem também no grito que ecoa dos seres sencientes e da degradada cobertura vegetal terrestre.

Nunca esteve tão atual o salmo 148, 7-13:

Louvem o Senhor, vocês que estão na terra, serpentes marinhas e todas as profundezas,
relâmpagos e granizo, neve e neblina, vendavais que cumprem o que ele determina,
todas as montanhas e colinas, árvores frutíferas e todos os cedros,
todos os animais selvagens e os rebanhos domésticos, todos os demais seres vivos e as aves,
reis da terra e todas as nações, todos os governantes e juízes da terra,
moços e moças, velhos e crianças.
Louvem todos o nome do Senhor, pois somente o seu nome é exaltado; a sua majestade está acima da terra e dos céus.­

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