28 julho 2011

Secretaria dos animais


Tenho lido muitas manifestações afirmativas sobre a recente criação da Secretaria Especial dos Direitos Animais, ou do nome que tenha. Mas tenho algo a considerar e que me parece urgente.
Para início de conversa e por coerência, declaro que sou vegetariano, portanto, além de "defender" os direitos dos animais, especialmente preservando-os do sofrimento, maus tratos, garantindo descanso do trabalho, etc. , eu também não os como. Nenhum animal, nem terrestre, nem aquático ou aéreo.
Ora, qual a prioridade que temos no Paço Municipal?
Temos uma "secretaria", analogamente a essa, que garanta os direitos dos idosos? Ou das crianças?
Qual o orçamento vinculado a ela?
Eu acredito que a estrutura montada para justificar sua existência serve muito mais para atender interesses corporativos do que o fim para a qual foi criada. Ou seja, garantirá alguns CCs para "presentear os amigos próximos". 
Suas ações e estratégias poderiam muito bem estar dentro da SMAM. Ou "meio ambiente" só tem a ver com vegetais?
Deveríamos otimizar a fiscalização da SMAM. Qualificar seus quadros para ações mais eficazes e efetivas.
Creio ser totalmente inoportuno o desvio de recursos que poderiam ser aplicados na saúde das pessoas ser usado para pagar uma estrutura hipócrita.
Por que hipócrita? Porque fala no direito dos animais mas silencia sobre seu consumo em orgias carnívoras no Parque da Harmonia. É de uma total falta de respeito aos próprios animais a criação dessa secretaria. Estão, de novo, sendo usados para justificar ações humanas.
O prefeito pode dizer o que quiser. Afinal, tem que justificar sua iniciativa.
Mas para mim, não. Aqui, óóó!!

Rápidas:

Secretaria da Juventude – 27 pessoas + o secretário. Quantos são Cargo em  Comissão (CC)?
Secretaria do Meio Ambiente – 11 pessoas + o secretário. Dá pára fazer uma comparação da importância das duas? Não é óbvio o que estou falando?
Secretaria do Idoso – não existe. Serão menos importantes que a juventude? E onde estão as políticas públicas referentes a eles?
Secretaria da Criança- não existe. Serão menos importantes que as outras pessoas? Onde estão as políticas públicas referentes a elas?
(informações colhidas no portal da PMPA, em 28 Jul 2011)

"Secretaria dos bichos" - 14 cargos que serão preenchidos por meio de concurso e  OITO! cargos em comissão (CCs) terão um impacto financeiro anual de R$ 960,1 mil. Por mês, a prefeitura deve desembolsar R$ 76,5 mil com a nova secretaria, um gasto médio de R$ 3,4 mil por funcionário (isso é um absurdo!!! Numa rápida comparação com o salário de um professor).
No portal da Prefeitura não existe nenhum informação...

Convenção Americana sobre Direitos Humanos - de 22 de Novembro de 1969.
(DOU DE 09.11.92)
Promulga a  Convenção Americana  sobre Direitos  Humanos (Pacto  de São José da Costa Rica), de 22 de Novembro de 1969.
Texto da Convenção
Parte I
Deveres dos Estados e Direitos Protegidos  
Art. 4º
1. Toda pessoa tem o direito de  que se respeite sua vida. Esse direito deve ser  protegido pela  lei e,  em geral,  desde o  momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.


Pelo princípio legal, aceitar o aborto já seria crime. Isso, sem falar na questão muito anterior que é a do direito de nascer.
Talvez queiram tergiversar a respeito da eutanásia. Da eliminação de fetos com "defeitos irreversíveis". Depois, para os velhos com mais de, digamos, 90, 80 anos, ou menos? Porque haveria necessidade de "purificação" da espécie humana.
Prática muito utilizada na sociedade hitlerista. Ora, convenhamos!! Por conta da ignorância e da maldade travestidas de "resgate da cidadania" ou como diz a antropóloga (não é o estudo que ilumina as pessoas) Debora Diniz da UnB, "Eu acho que as pessoas têm de decidir sua própria vida, inclusive na questão do aborto. Não é o padre que tem que decidir.", advogam o assassinato de indefesos seres humanos.  Hipócritas! Túmulos caiados! Que pensassem que suas mães tivessem essas mesmas idéias em sua gestação?! Oh! Não! Defendem o direito da mulher em relação ao seu corpo. Mas não consideram o direito de quem não pode se expressar. Pequenos seres absurdamente indefesos contra seres profundamente covardes que se escondem atrás de argumentos jurídicos numa luta insana. É criminoso quem atenta contra a vida. Muito mais de uma vida que não pode se defender. Não seria crime hediondo??

Dizer que a Lei não corresponde à realidade de hoje poderia ser entendida que deveríamos liberar o assassinato no trânsito, o tráfico de drogas e o uso indiscriminado de propinas entre outras coisas. Afirmações por demais abrangentes fogem da questão principal que é o direito à vida.
Do seu lado o Estado constituído, em outras palavras, nós, basicamente masculinos no ser e fazer, damos as costas para milhares de mulheres que, sem rumo, ética, pudor ou orientação, recorrem a esta violenta, covarde e absurda prática na tentativa de atender interesses diversos.

14 julho 2011

Virtuais safadezas.


A característica de uma coisa virtual é de ser suscetível de se realizar ou de se exercer - possível, potencial, portanto, algo que, mesmo sem ainda ter acontecido, tem enorme possibilidade de se realizar.
Posso, entretanto, considerar que uma vez não ter sido feito algo, aquilo ainda não existe, certo?
Então, no caso dos ditos "crimes virtuais", seria um contrassenso nomeá-los assim, já que pela primeira assertiva, ainda não teriam acontecido, o que não é o caso de muitos fatos das páginas policiais hoje em dia. Danos são causados, agressões, lesões de toda ordem.
Mas vamos em frente.
Para me prevenir de "virtuais" (aqui no real sentido de possíveis) contestações informáticas, que poderão ser traduzidas em ações judiciais, que nada tem de virtuais, já que tenho vergonha na cara, faço esses necessários recortes. Também porque não disponho do escudo da imunidade parlamentar nem posso me esconder por trás da liberdade de imprensa, porque não sou jornalista.
Bom.
Considerando as recentes declarações do Ricapo, digo, Ricardo Teixeira, ainda presidente da CBF, (para quem não lembra, ele afirmou que poderia fazer a maldade que quisesse em 2014) quero dizer que olhando para aquele momento no futuro, note-se bem, olhando para aquele momento no futuro, que ainda não aconteceu portanto, em sua íntima particularidade, é uma afirmação real de um virtual ação, posso dizer o seguinte, como expressão virtual de uma real ação, de projeção para aquilo que ainda não aconteceu, que essa pessoa seria um enorme bagaceiro, ladrão da verdade da cidadania, um mafioso manipulador, um lesa-pátria da paixão nacional, merecedor do cerceamento da liberdade a pão e água.
Mas, como ainda não aconteceu, eu também não disse, ainda.
E, concordando com o Juremir Machado da Silva em sua coluna de 14 de julho no Correio do Povo, a culpa dele estar onde está é dos presidentes dos clubes de futebol. São eles (e ela) que o sustentam. Temos exemplos aqui em Porto Alegre dessa mistura anti-ética e lesiva: política e futebol, futebol e política.
É o esquema de benesses e vantagens montado por esse cidadão, inclusive com tentáculos na vida político partidária do país, que o garante por todo esse tempo em que ele tem se locupletado naquela instituição.
Provavelmente tem os olhos cravados na FIFA, outro antro de safadezas. Basta ver as exigências a que são submetidos os países onde  "autoriza" campeonatos internacionais.
Eu já tinha manifestado opinião a esse respeito (ler mais) mas volto aqui porque não consegui acalmar a indignação.

09 julho 2011

MALDADES  E A COPA DE 2014

"Posso fazer a maldade que quiser na Copa de 2014..." (Ricardo Teixeira)

Ôpa! Não é que a raposa velha mostra os dentes?
E vai ficar aasim? Se existir um pouco de vergonha na cara dos responsáveis a coisa vai feder!
Vou dar uma semana para a repercussão disso. Depois vou ter que espalhar notas para a caça ao Ricardão.
Será que continuo vivo?
Essa declaração do presidente da CBF é própria de quem se sente imune. "Protegido" da Lei.
Penso que somados aos problemas estruturais que ameaçam a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014, esse mostra a índole desse cidadão frente ao cargo que ainda ocupa.
Fora Teixeira. Já!
Não tem mais o respeito que ainda julgava ter. Mostra-se um delinquente comum, cercado de mordomias nababescas.
É só buscar nos órgãos de imprensa e ver que manipulou horários de jogos do Brasil para pressionar a Globo a não publicar reportagens sobre seus desmandos. Lembram? Pois é, nunca mais a Globo voltou ao assunto.... 
Mas sabe quem o colocou lá? Os clubes de futebol.
Esse cara é um manipuilador. E passa por representante do país.
Êta nojeira!
Por favor presidenta!!
Devolva a Copa para a Fifa e aplica os recuros na saúde, hospitais,escolas técnicas e segurança, antes que sejam amealhados pela mesma corja de sempre.
Não quero mais a Copa aqui!!

04 julho 2011


União homoafetiva (casamento gay) e o fim da família.

Nossa Constituição traz escrita 18 vezes a palavra "família". E é clara quanto a sua constituição, além de não existir Emenda Constitucional, nem Lei Complementar nem tramita uma Proposta de Emenda à Constituição PEC que dê outra constituição:
Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (os grifos são meus)
São muito interessantes os textos que tem sido publicados sobre o assunto, especialmente pelo ponto de vista de "cima do muro" com relação a iniciativa do STF no que diz respeito a "permissão" dada pela Constituição para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não faço deste espaço instrumento para polemizar, antes, expressar, como cidadão comum que acredito piamente ter sido espírito dos legisladores da Carta Magna, até porque acompanhei avidamente as discussões na época, definir como "entidade familiar" o homem e a mulher.
Está lá. No singular.
Define os gêneros da entidade familiar.
Não deixa dúvidas. As que houveram foram movidas pela intransigência e pelo "jeitinho" para acomodar um discurso "politicamente correto" para esse tempo de hoje, mas desprovido de referencial da natureza, ético e moral. 
Muitas pessoas estão se manifestando sobre isso. Vale a pena ler estes textos. (veja o que diz um juiz, um pastor e um advogado) Para ter uma idéia.
O povo brasileiro foi consultado para mudar ou dar outra interpretação à Constituição? Ou a seus representantes, o Legislativo, em suas duas casas?
Não. Claro que não. Pois se fosse, tenho certeza que daria a resposta que vai implícita nestas linhas. Não há iniciativa do Legislativo nesta questão. E isso inaugura, além do que os textos revelam, outro perigo: que os "indicados" (STF) pela Presidência acostumem-se a essa prática e, assim, dêem respaldo jurídico a mandos e desmandos, como se está acompanhando em vizinho país. Ainda que saibamos que as relações humanas são dinâmicas, existem certos aspectos que devem ser preservados para que tenhamos o mínimo de estabilidade nas instituições. Por fim, é no confronto de idéias que se desenvolve a busca pelo conhecimento e cidadania participativa. Pena que esse assunto não foi contemplado com isso. Aquele tribunal tenta construir um atalho. Para satisfazer setores de forte expressão social na atualidade, alavancados por um establishment midiático (ver em  http://pt.wikipedia.org/wiki/Establishment) oportunista e reducionista. É isso aí, ou quase.