22 dezembro 2011


Bebidas e crianças (ou vice-versa)

Reza o senso comum, amparado por estudos de "especialistas", (e a palavra é colocada aqui de forma intencional visando abarcar qualquer um (a) que se diga "conhecedor do assunto") que mais que a palavra, são os exemplos dos pais (adultos) que efetivamente educam as crianças.
Concordo com a afirmação e me permito aprofundar um pouco mais.
Na mesma linha da escolha do time que se torcerá ou da religião que se vai professar estão os hábitos mais diversos com os quais vamos formatando as escolhas de nossos filhos. Não é diferente disso o cuidado com  a ingestão de drogas. Ou de álcool etílico.
Pois bem. Em que pese o massacre midiático de vinculação de bebidas alcoólicas à beleza feminina, à juventude e à alegria, até com a participação de treinador de seleção nacional ou de sambista cada vez mais gordo, sabemos que são nossos exemplos que vão garantir uma postura mais ou menos crítica frente a esse assunto. Mas parece que comumente esquecemos disso.
Nossos hábitos diários de uma "inocente bebidinha" são defendidos por campanhas massivas de permissividade.
Nosso discurso frente às crianças resulta hipócrita. Pois nos permitimos, com diferentes justificativas, continuarmos com nossos hábitos incorporando-os nas culturas.
E reforçamos o alicerce para os futuros clientes das multinacionais do álcool na medida em que, de forma acrítica, oferecemos simulacros de bebidas para "brindar" em festas da família.
Ah. Mas é só eventualmente! Diria o bem intencionado. Pois sim.
Só nas festas.             
Diversas festas ao longo do ano.
Durante anos.
Quer insistência maior e mais profunda? Vinculando o ato de encher a taça, brindar, em mãos infantis...rapidamente serão adolescentes...estarão dirigindo um veículo...
E já são 35.000 os mortos no trânsito ao ano.
Até quando permitiremos o "aconselhamento ao consumo de álcool" atualmente em prática nos meios de comunicação?
Defendo a total proibição de propaganda de bebidas alcoólicas, bem como a veiculação de práticas de sua ingestão da mesma forma que só depois de milhões de mortos pelo uso do fumo, proibiu-se sua propaganda e seu uso em ambiente fechado.
Mas sei que isso só será feito por quem tiver "bala na agulha". "Aquilo" roxo. Ou firmeza de propósitos tal que enfrente o enorme poderio dos donos desse mercado.
Mas, se já fizemos com o fumo, podemos fazer com a bebida alcoólica. 

15 dezembro 2011

Avenida Castelo Branco


Avenida Castelo Branco

Vereadores de Porto Alegre rejeitam mudança de nome de avenida. A proposta partira dos edis que, supostamente defendendo os "direitos humanos" das pessoas perseguidas durante o governo militar, pretendiam trocar o nome da Avenida Castelo Branco para "Avenida da Legalidade".
A alegação da rejeição, segundo um dos parlamentares, foi de que assim como existe Av Getúlio Vargas ou Júlio de Castilhos, tanto um como o outro são considerados heróis ou ditadores, dependendo do ponto de vista da pessoa. E que história não se muda.
Difícil aceitar esses argumentos sem correr o risco de reducionismo.
Historicamente nomes de logradouros são utilizados para homenagear pessoas, eventos, etc. Nessa esteira, relendo a história do RS, deparamo-nos com práticas de nossos "heróis" que não são nada recomendáveis.
A história do Rio Grande do Sul, que se confunde com o conflito farroupilha, até então foi ideologizada e contada por grupos não comprometidos com a verdade documental.
Será que alguém já propôs trocar os nomes das avenidas Bento Gonçalves ou Davi Canabarro? Ou quem sabe a Rua Gen Portinho?
Por outro lado, se realmente"história não se muda" digo que concordo, entretanto pode ser contada de forma diferente, inclusive transformando assassinos em heróis e escravocratas em libertadores.
Os vereadores de minha cidade passam uma régua em cima do assunto.
Por ora ficamos assim...