18 maio 2016

O que nos faz irmãos e irmãs



Continuo a observar as alegrias divididas entre os parentes.
A cada dia encontram-se diferentes motivos para o convívio saudável. Prova disso é o uso intenso das tecnologias da moda. Ao mesmo tempo, e com mais tempo, pois estou longe fisicamente desse “vuco-vuco”, faço minhas sensibilizadas olhadas pelo papel que em meu coração cada um desempenha. 
Como filhos e filhas, trazemos um pouco de cada um que nos antecedeu. E como diz minha sogra, “sangue não é água”, traços de diferentes personalidades encontram-se harmoniosamente combinados em cada um. E essa harmonia não precisa estar “psicologizadamente” equilibrada. Só basta estar lá. 
Para meu coração de pai-avô de adolescentes (o Cadu ainda não chegou lá, ainda) é graça inominada rever tia Célia na figura doce da Maninha. Ou de Tia Mariquinha na arte da Lia ou como anfitriã de um grupo familiar quando a Janine torce a boca.
Meu irmão Ike traz os trejeitos do vô Forni ou a espirituosidade inata do vô Antonio Ramalho. Sei, mesmo que eu não tenha brincado com ele.
Para isso os testemunhos dos mais velhos. 
Na Rosângela, paciente e de fala mansa, Towsend paterno.
Mas são tantos. Difícil de nomear todos. E se misturam. E se completam. E se superam. Por isso mesmo um maravilhoso elenco de possibilidades.
Mas acima de tudo, cada um é único. Irrepetível.
Eis o mistério. Porque isso se manifesta na vontade de estar e permanecer como relação.
Entretanto, se sangue não é água, também não é condição “sine qua non” para a qualidade das relações da família. 
Corações amados e amantes aproximam-se. Ampliamos nossos laços fraternos e tornamos, no já e no agora, realidade a exortação do papa Francisco para a família universal. 
Na casa universal. Na casa comum. Pacha-Mama e Gaia.