07 março 2012

Juízes e Cruzes


Ou a pré-decisão da legalização do assassinato de não nascidos.

   O Conselho de Magistratura no Rio Grande do Sul determinou a retirada de cruxifixos de todos os prédios da justiça riograndense do sul. Consta ter sido demanda da uma tal Liga Brasileira de Lésbicas e outras entidades. Acho que a decisão do Conselho dá conta de sua "coerência" com o princípio do equilíbrio dos direitos dos cidadãos. Conforme a explicação do desembargador Cláudio Baldino Maciel, relator da matéria, "o julgamento feito em uma sala de tribunal sob um expressivo símbolo de uma igreja e de sua doutrina não parece a melhor forma de mostrar o Estado-Juiz com iguais distâncias dos valores em conflito."
   Confio na coerência desse Conselho. Afinal, se não acreditasse em nosso estado de direito, não estaria aqui manifestando minha opinião sobre o assunto.
Acontece que é necessário aprofundar um pouco mais esse substantivo. Pois não posso ser coerente com meus direitos de cidadão se não o faço com meus deveres.
Explico:
Coerência tem a ver com nexo, com conexão, com aderência entre todas as partes de um corpo ou de uma idéia, como é nesse caso. Logo, para que se perpetue a coerência desta "importante" decisão do Conselho é necessário que não se aceite os feriados de Natal, por ser estritamente cristão, ou da Páscoa porque exclui muitas outras crenças e assim sucessivamente.
Vou repetir. Excluir o Natal dos feriados do Judiciário. Portanto, todos do Judiciário devem trabalhar normalmente nessa data, desde que dia normal da semana. O Judiciário, especialmente os desembargadores, devem trabalhar normalmente nos feriados de Páscoa cristã e judaica.
Somente para  serem coerentes com a decisão que favorece uma (eu disse UMA) visão de um grupo de pessoas.
Mas agora o mais grave: sabe o que já está por trás do pedido da eminente Liga?
Pois é. Pode até parecer teoria da conspiração (link para leitura) mas ouso manifestar, está a campanha para legalização do aborto, tema de eterno confronto com a defesa da vida promovida especialmente pelos cristãos, por serem maioria social.
Entretanto o assunto é a decisão do Conselho.
Será que vamos ver a real coerência com valores universais e laicos nesse grupo de cidadãos?
Pessoalmente duvido que isso aconteça. Haja vista a questão de salários que já é notícia velha...
Quem viver verá...qual tua opinião?