14 julho 2011

Virtuais safadezas.


A característica de uma coisa virtual é de ser suscetível de se realizar ou de se exercer - possível, potencial, portanto, algo que, mesmo sem ainda ter acontecido, tem enorme possibilidade de se realizar.
Posso, entretanto, considerar que uma vez não ter sido feito algo, aquilo ainda não existe, certo?
Então, no caso dos ditos "crimes virtuais", seria um contrassenso nomeá-los assim, já que pela primeira assertiva, ainda não teriam acontecido, o que não é o caso de muitos fatos das páginas policiais hoje em dia. Danos são causados, agressões, lesões de toda ordem.
Mas vamos em frente.
Para me prevenir de "virtuais" (aqui no real sentido de possíveis) contestações informáticas, que poderão ser traduzidas em ações judiciais, que nada tem de virtuais, já que tenho vergonha na cara, faço esses necessários recortes. Também porque não disponho do escudo da imunidade parlamentar nem posso me esconder por trás da liberdade de imprensa, porque não sou jornalista.
Bom.
Considerando as recentes declarações do Ricapo, digo, Ricardo Teixeira, ainda presidente da CBF, (para quem não lembra, ele afirmou que poderia fazer a maldade que quisesse em 2014) quero dizer que olhando para aquele momento no futuro, note-se bem, olhando para aquele momento no futuro, que ainda não aconteceu portanto, em sua íntima particularidade, é uma afirmação real de um virtual ação, posso dizer o seguinte, como expressão virtual de uma real ação, de projeção para aquilo que ainda não aconteceu, que essa pessoa seria um enorme bagaceiro, ladrão da verdade da cidadania, um mafioso manipulador, um lesa-pátria da paixão nacional, merecedor do cerceamento da liberdade a pão e água.
Mas, como ainda não aconteceu, eu também não disse, ainda.
E, concordando com o Juremir Machado da Silva em sua coluna de 14 de julho no Correio do Povo, a culpa dele estar onde está é dos presidentes dos clubes de futebol. São eles (e ela) que o sustentam. Temos exemplos aqui em Porto Alegre dessa mistura anti-ética e lesiva: política e futebol, futebol e política.
É o esquema de benesses e vantagens montado por esse cidadão, inclusive com tentáculos na vida político partidária do país, que o garante por todo esse tempo em que ele tem se locupletado naquela instituição.
Provavelmente tem os olhos cravados na FIFA, outro antro de safadezas. Basta ver as exigências a que são submetidos os países onde  "autoriza" campeonatos internacionais.
Eu já tinha manifestado opinião a esse respeito (ler mais) mas volto aqui porque não consegui acalmar a indignação.

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