06 outubro 2021

Remexendo

Viro o rosto para a situação que me provoca e me faz pensar...então não penso...vou levando. E enrijecendo as paredes da afetuosidade.

Então, me vejo Jonas, acolhendo a fala de Deus mas se negando a aceitar Sua determinação/pedido/desafio ...

Jonas se constrange porque repetiu a mesma fraqueza histórica.Mas que também foi sua prova de humanidade.

Pedro, muito tempo depois faria o mesmo, negando o Mestre.

Recolho-me a afazeres de restauro de livros que, se não são vitais agora, são preparatórios para habilidades futuras. E remexendo em coisas da minha história, encontro a Graça divina transformada em testemunhos. São muitos. Mas alguns se encarregam de fazer brotar este questionamento.

Onde estou e o que sou agora?

Quais projetos de ser, de fazer, de compartilhar se gestava em meu coração nesses tempos cronologicamente passados mas que retornam com tanta força neste momento em que meus olhos revisam cartões, fotos, bilhetes e reflexões de amores que meu coração nutriu?

Quais dores foram sentidas e que remetiam a Tanathos mas que atravessadas pela vontade de Eros acolheram-se na minha existência?

Será que elas ainda tem capacidade geradora? E quais seus efeitos?

Por que me deixei? Certo que não de todo. Será que não acomodei confortavelmente aquele lá? No passado. Na história? E agora, digitando vejo que certas coisas, certos amadurecimentos precisam do conselho do tempo. Estradas vivenciais que precisam se cruzar para dar sentido.

Não é diferente comigo. E por que seria? Sou tão humano. Tão incompleto.

E tão cheio de possibilidades que seria desperdício com a Graça fugir ao escutar.....

Por momentos fico revendo essas falas escritas e desenhadas, que ecoam com fundo musical diferente, já que amadurecidas pelo tempo, pelos convívios e pela presença sutil da “Voz do Espírito”, texto que minha amada eternizou no papel.

“A vida é um facho luminoso de Deus que precisa espalhar-se por onde passar porque, senão, trai sua própria origem, que é criação-doação.Viver sem amar, sem fazer o bem, sem iluminar, é negar (se) a Deus. O amor, força divina, materializa-se no movimento humano, como necessidade de aproximação. Convida ao envolvimento e à reciprocidade, na alteridade.”

 Escuto passos, e meu desafio mais recente se faz presente. Sou eu quem deve ser protagonista?

Quais esperas, espero?

E uma frase-oração escrita em 2000 me desperta um pouco mais, “Que Deus nos permita a graça de compartilharmos por muitos e muitos anos do amor entre nós e para com todos que estiverem a nossa volta”.

 Por onde (re)começar?

Acolhendo o desafio e me deixando envolver pela Graça?

Mas é claro!A resposta é tão imediata e tão óbvia que meus olhos procuram a distância que minha janela comporta, para chorar.

 

  

Nenhum comentário: