A infinita
amplitude do SE
Um poema muito
lido e difundido, Se (If, 1910) do
escritor indo-britânico Rudyard Kipling começa e termina condicionando uma
afirmação a algumas situações. É talvez o mais conhecido universo das
possibilidades do “será” condicionado ao “não ser”.
Toda e qualquer situação
precedida de “se” adquire a potência de inúmeras nuances já que qualquer uma
pode vir depois dela. Daí serem infinitas suas possibilidades. Por exemplo: SE
tivesses chegado antes, tudo poderia caber aqui...SE homem engravidasse,
qualquer afirmação caberia aqui. Uma vez que ainda não existe o fato, em
podendo haver, qualquer cenário seria aceitável como possibilidade, ainda que
resultem controvérsias insolúveis.
Estes
movimentos mentais assemelham-se à espiral metafórica à qual a vida é
comparada. De tempos em tempos os fatos se repetem sob outros ângulos, prismas,
cenários, pessoas.
Lidar com temas
fortes e impactantes abrindo-os com SE, exclui qualquer resposta ou
contribuição de reais possibilidades. Mantém o campo no virtual, mote da
filosofia mas que longe do dia-a-dia do ser humano comum, tão envolto em
dramas, nem sempre criados por si mesmos, e sob a sombra nefasta de uma casta
de cidadãos oriundos das mesmas hostes adoradoras de Moloch. Exercício de discussão
é para quem deseja crescer. É isso que faço, para aprender....
Ou não...
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